Todos nós sabemos o quanto a
comunicação é importante para todos os setores da sociedade; uma vez que o ato
de comunicar exprime uma vontade deliberada de expor pensamentos e ideias por
atos, palavras ou imagens. Conquanto, nem sempre esta ação é de toda entendida
/compreendida. Ora, desde os primórdios da humanidade que o ser humano busca
uma forma de expor os seus pensamentos. Símbolos e signos foram criados com
este propósito, para facilitar a compreensão e o entendimento de muitos.
O símbolo é um elemento importantíssimo no processo
de comunicação, uma vez que vem representar várias vertentes do saber humano. Acredita-se
que ele potencializa a relação com o transcendente. Sendo um signo, o símbolo é
sempre algo ou alguma coisa representativa para alguém. Por exemplo: o que este
signo representa para você?
E estes?
A representação específica para cada
símbolo pode surgir como resultado de um processo natural ou pode ser
convencionada de modo a que o receptor (uma pessoa ou grupo específico de
pessoas) consiga fazer a interpretação do seu significado implícito e
atribuir-lhe determinada conotação[1].
Percebam que não é uma escolha aleatória, mas resultante de convenções que são
incorporadas ao inconsciente coletivo das pessoas e que, a partir daí, vão
sendo introjetadas no estilo de vida das pessoas que as incorporam.
Todos concordam que vivemos num mundo onde a
comunicação mostra-se como mola motriz no desenrolar das relações sociais. A má
administração dessas relações, em virtude do descuido com a comunicação, pode
ocasionar sérios problemas administrativos nas instituições e organizações. É
preciso que todos os profissionais possam compreender esta sentença: a de que
não dá para vivermos em sociedade sem comunicação. Por outro lado, também, é
importante entendermos que a comunicação não se limita meramente à fala e pode
assumir diversas formas, como, por exemplo, memorandos, e-mails, boletins,
apresentações visuais ou símbolos e mensagens não-verbais, tais como expressões
faciais, roupas, corte de cabelo entre outros. A comunicação pode ser de dois
tipos: interpessoal e organizacional. Focaremos a comunicação interpessoal, ou
seja, entre duas pessoas, seja face a face ou em contextos de grupos. E aqui temos alguns elementos importantes que
precisam ser considerados, tais como: o emissor (quem transmite), o receptor
(quem recebe), a mensagem (código transmitido) e o feedback (o entendimento).
Neste sentido, conduzindo-os à política – ou, se preferirem, ao campo político
– teremos, a partir de então, aquilo que é dito, por quem é dito, como é dito e
aquilo que é compreendido. Logo, a comunicação deve ser entendida como
responsabilidade de todos e, em especial, daqueles que precisam fazer uso dela
para exercerem funções específicas no contexto social. No âmbito político ela é
essencial.
Embora muitos digam não
gostar de política, não se pode conceber uma sociedade sem a mesma; uma vez que
esta surge para desenvolver na sociedade organização e direção administrativa.
Tendo sido denominada como arte ou ciência da organização[2]
procura valer-se de seus pressupostos teóricos aos negócios internos (política
interna) e aos negócios externos (política externa). Lembremos, ainda que, nos
regimes democráticos, a ciência política é a atividade dos cidadãos que se
ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua militância.
Não esqueçamos que uma
sociedade é um conjunto de pessoas
ligadas de maneira orgânica por um princípio de unidade que ultrapassa cada uma
delas[3].
E é neste princípio onde as pessoas se encontram e trocam experiências, onde
estruturam as leis e normas que as direcionarão. É a partir daqui que a
comunicação fará uso da ética para justificar e sustentar as questões e
deliberações políticas de uma nação.
Ora, conceitualmente já
entendemos o que é comunicação e o que é política e que não existe uma sem a
outra. Agora, nossa reflexão perpassa pelo conceito de ÉTICA. Esta, por sua
vez, é entendida como um ramo da filosofia que se dedica aos assuntos morais.
Pois bem, neste contexto como anda os assuntos morais na política? Até onde,
enquanto cidadãos brasileiros, estamos respeitando estas questões? Ou isto não
é importante? Lembrando que estamos em ano eleitoral, nada mais propicio do que
falarmos sobre esta questão, uma vez que – em 07 de outubro próximo – iremos às
urnas para elegermos pessoas, cidadãos, que irão nos representar nos poderes Executivo
e Legislativo. Repito: enquanto cidadãos,
estamos nos preocupando com estas
questões, ou isto é irrelevante, o mais importante é ganhar, custe o que
custar?
Caríssimos, lembremos que na filosofia clássica, a
ética não se resume à moral – costume ou hábito, do latim mos, mores – mas busca a fundamentação teórica para poder encontrar
o melhor caminho para vivermos e convivermos em sociedade, ou seja, busca o
melhor estilo de vida, seja na vida privada ou em público. Incluindo aí os
campos da antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia, direito e
a própria política. Neste ponto vemos o quanto é importante a nossa discussão a
respeito da política em nossa sociedade e o quanto precisamos ter cuidado com
as pessoas que estamos escolhendo, uma vez que estas precisam estar preparadas
tecnicamente – cientificamente falando – para exercerem um dos postos mais
importantes e mais disputados num regime democrático.
O Ministério Público do Piauí[4], por meio do Centro de
Apoio Operacional de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público,
lançou, no dia 31 de maio do corrente ano, na sede da Procuradoria-Geral de
Justiça, a edição 2012 da campanha de combate à corrupção intitulada “Eleições
Limpas: O que você tem a ver com a corrupção?”.
“O Brasil tem um longo histórico de
corrupção e é preciso que a sociedade desperte para isso. O processo
democrático é um processo no qual a sociedade escolhe seus representantes no
Legislativo e no Executivo. Portanto, a sociedade deve conduzir o processo
eleitoral em todas as suas etapas e aspectos, tanto elegendo seus
representantes como cobrando e fiscalizando os gestores perante suas
obrigações”, destaca Santos[5].
É muito fácil nos desculparmos diante da sociedade
dizendo: ah, o Brasil num tem jeito não;
é assim mesmo. Político é tudo corrupto. É tudo ladrão. Bom, se esta
sentença for uma verdade, então, estamos elegendo ladrões? Se a resposta for
sim, então a responsabilidade recaia sobre nós: os eleitores. O povo brasileiro
sente sede de justiça e da propagação da verdade. É urgente uma mudança em
nosso status social, uma mudança cultural e só poderemos desenvolver esta
mudança tendo a coragem de sermos éticos. Não trata-se de uma questão de
apologia aos bons costumes, mas de uma reflexão sobre o bom proceder de todo
cidadão. Afinal de contas, só mudaremos o mundo quando começarmos a mudar o
nosso mundo interior. Pensemos nisto com carinho.
A fábula do Beija-flor
... Era uma vez uma floresta num lugar
longínquo, onde o Homem ainda não tinha chegado. Nessa floresta viviam muitos
animais de diferentes espécies, tamanhos, cores e feitios. Era ainda o tempo em
que os animais falavam.
Certo dia houve um incêndio, um grande
incêndio, como nunca antes havia sido visto. Perante a tragédia, o pânico
instalou-se. Os animais fugiam num alvoroço, cada um procurando, da melhor
forma possível, fugir às chamas, ao fumo sufocante e ao intenso calor que se
fazia sentir, só pensando em colocar-se a salvo o quanto antes.
Mas... Naquele cenário caótico, de desespero e medo coletivos, um pequeno animal teve um comportamento diferente. Na sua fragilidade, na sua singela figura, um beija-flor voava até ao lago e, com o seu pequenino e aguçado bico, recolhia, uma a uma, lenta mas persistentemente , gotinhas de água atrás de gotinhas de água, que ia depois deixando cair sobre o incêndio que lavrava cada vez mais descontrolado.
Um outro animal, observando intrigado o comportamento do pequeno beija-flor, interrompeu a sua fuga e perguntou:
Mas... Naquele cenário caótico, de desespero e medo coletivos, um pequeno animal teve um comportamento diferente. Na sua fragilidade, na sua singela figura, um beija-flor voava até ao lago e, com o seu pequenino e aguçado bico, recolhia, uma a uma, lenta mas persistentemente , gotinhas de água atrás de gotinhas de água, que ia depois deixando cair sobre o incêndio que lavrava cada vez mais descontrolado.
Um outro animal, observando intrigado o comportamento do pequeno beija-flor, interrompeu a sua fuga e perguntou:
- Beija-flor, mas tu estás louco? Porque te
arriscas assim? Tu achas verdadeiramente que vais conseguir apagar o incêndio
dessa forma?
O Beija-flor respondeu então:
- Não... claro que não, eu sei que o meu
pequeno esforço não será suficiente para apagar este incêndio tão grande mas...
eu estou apenas... a
cumprir a minha parte!
E você, está também fazendo a sua
parte?
Com o carinho de
sempre,
Salatiel Soares Diniz
Trabalhando
com Ética e Responsabilidade Social.
SALATIEL SOARES - Consultoria & Psicologia Clínica
Rua Dr. Gonçalves, 31 - Cajá - Carpina - PE.
(81) 9964 9957
salatiel.psi@gmail.com
[1]
Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADmbolo,
pesquisado em 01/06/2012 às 09:47
[2]
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica
– pesquisado em 02/06/2012 às 14:20.
[3] - Cf.: Art. 1870 a 1883 do Catecismo da
Igreja Católica.
[5] - Fernando Santos, Promotor de Justiça.
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